Toca a espreitar

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Oh tempooooo.. mais devagar, sim???



Brincando no meio da confusão, carrinhos de um lado, bonecos do outro, mas ao mesmo tempo tudo misturado, procurava algo, queria algo, sem saber o que realmente procurar. Mas procurou e procurou, voando carrinhos e bonecos e ficando tudo... arrumado (ou não) à sua maneira. Mas os brinquedos tão diversos e ao mesmo tempo tão iguais, deixaram de ser o objecto de desejo do Pequeno Rei, não para sempre apenas naquele lugar, naquele exacto momento. Queria mais, queria algo para brincar, algo que lhe chamasse realmente a sua atenção, algo que lhe fosse proibido, ou que apenas não lhe fosse permitido brincar, uma vez que não era esse o seu destino. E procurou, e olhou.. os seus olhinhos saltitavam entre uma e outra coisa.. o que seria? o que procurava? A sua imaginação estava ao rubro, e com esta idade bem sabemos, tudo foi feito para brincar, tudo foi feito para imaginar.

Os seus olhos saltitões, de repente pararam e focaram, em algo que lhe chamou a atenção, lançou-me um olhar de soslaio, disfarçado, com medo de que eu pudesse ler o seu pensamento. Pensando que estava distraída, lá caminhou lentamente para aquilo que tanto procurou, aquilo que tanto quis, aquilo que lhe levaria a imaginação a outro nível.

Eu observava-o com extrema atenção e dedicação, como sempre, vendo o quanto ele estava a adorar usar a imaginação. Abrindo e fechando as portas da velha sapateira que um dia, em tempos, fez as minhas delícias e de todas as crianças que viram nela mais do que um potencial brinquedo.
Engraçado quando somos crianças tudo nos faz as delícias de uma bela brincadeira. E que quando crescemos deixamos de valorizar isso, até aparecer um Pequeno Rei que nos faça relembrar, que nos faça recordar disso.

E agora onde outrora, ou uns escassos minutos atrás, estavam sapatos, os brinquedos tomavam o seu lugar.
Adorando ver o quanto ele brincava, fiz o meu papel de adulta, como em tempos fizeram comigo. Percebo agora o porquê de nem sempre poder brincar com o que queria, podia magoar-me, sem nunca ter reparado no perigo daquelas portas que se fechavam com demasiada força. Chamei-o, pedi-lhe para parar. Ele, demasiado adulto, chegou-se até mim e diz me como que a repreender-me:

"Está bem mamã, mas não ralhes comigo!"

E uma mamã fica assim, olhando para o seu Pequeno Rei, com aquelas palavras a ecoar-lhe na cabeça..
Afinal o bebé que existe nele aos poucos vai desaparecendo, dando lugar a um menino lindo. E cheia de orgulho sorri para ele...

"Estás demasiado crescido,meu Pequeno Rei"

Beijinhos
With Love
Mamã & Pequeno Rei

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