Brincando no meio da confusão, carrinhos de um lado, bonecos do outro, mas ao mesmo tempo tudo misturado, procurava algo, queria algo, sem saber o que realmente procurar. Mas procurou e procurou, voando carrinhos e bonecos e ficando tudo... arrumado (ou não) à sua maneira. Mas os brinquedos tão diversos e ao mesmo tempo tão iguais, deixaram de ser o objecto de desejo do Pequeno Rei, não para sempre apenas naquele lugar, naquele exacto momento. Queria mais, queria algo para brincar, algo que lhe chamasse realmente a sua atenção, algo que lhe fosse proibido, ou que apenas não lhe fosse permitido brincar, uma vez que não era esse o seu destino. E procurou, e olhou.. os seus olhinhos saltitavam entre uma e outra coisa.. o que seria? o que procurava? A sua imaginação estava ao rubro, e com esta idade bem sabemos, tudo foi feito para brincar, tudo foi feito para imaginar.
Os seus olhos saltitões, de repente pararam e focaram, em algo que lhe chamou a atenção, lançou-me um olhar de soslaio, disfarçado, com medo de que eu pudesse ler o seu pensamento. Pensando que estava distraída, lá caminhou lentamente para aquilo que tanto procurou, aquilo que tanto quis, aquilo que lhe levaria a imaginação a outro nível.
Eu observava-o com extrema atenção e dedicação, como sempre, vendo o quanto ele estava a adorar usar a imaginação. Abrindo e fechando as portas da velha sapateira que um dia, em tempos, fez as minhas delícias e de todas as crianças que viram nela mais do que um potencial brinquedo.
Engraçado quando somos crianças tudo nos faz as delícias de uma bela brincadeira. E que quando crescemos deixamos de valorizar isso, até aparecer um Pequeno Rei que nos faça relembrar, que nos faça recordar disso.
E agora onde outrora, ou uns escassos minutos atrás, estavam sapatos, os brinquedos tomavam o seu lugar.
Adorando ver o quanto ele brincava, fiz o meu papel de adulta, como em tempos fizeram comigo. Percebo agora o porquê de nem sempre poder brincar com o que queria, podia magoar-me, sem nunca ter reparado no perigo daquelas portas que se fechavam com demasiada força. Chamei-o, pedi-lhe para parar. Ele, demasiado adulto, chegou-se até mim e diz me como que a repreender-me:
"Está bem mamã, mas não ralhes comigo!"
E uma mamã fica assim, olhando para o seu Pequeno Rei, com aquelas palavras a ecoar-lhe na cabeça..
Afinal o bebé que existe nele aos poucos vai desaparecendo, dando lugar a um menino lindo. E cheia de orgulho sorri para ele...
"Estás demasiado crescido,meu Pequeno Rei"
Beijinhos
With Love
Mamã & Pequeno Rei
Beijinhos
With Love
Mamã & Pequeno Rei
Sem comentários:
Enviar um comentário
E assim foi a nossa aventura!! Que acharam???