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domingo, 12 de julho de 2015

Será o mesmo David? Ainda esta História das avaliações ♡ ♡

Sempre me imaginei uma Mãe ansiosa pela entrega das avaliações do seu filhote. Sempre me imaginei a babar enquanto a educadora/professora me falava sobre o meu Pequeno Rei e o seu progresso escolar. Ainda era eu aluna e já me imaginava no lugar de encarregada de educação, a ideia por si mesma deixava-me fascinada. Mas nestes dois anos lectivos, os primeiros do meu Rei, o meu sonho desvaneceu.

Cheguei à conclusão de que eu e a educadora do P.R. tínhamos pontos de vista demasiado diferentes, opiniões completamente divergentes e pensamentos opostos. O Pequeno Rei simplesmente adorava a educadora, e só por isso ela me conquistou. Já é mais do que sabido, que quem trata bem os nossos filhos, trata-nos bem a nós.

Das poucas palavras que trocávamos, a maior parte era disfarçada por falsos sorrisos, e tons meigos. Pequenas mensagens subliminares, que aos poucos me iam deitando a baixo. Muitas vezes pensava até para mim mesma

"Sou Parva!! Ando a imaginar coisas!!"
A entrega das avaliações tornou-se tão difícil para mim. Eram dias de uma carga emotiva tão grande que passava depois dias a assimilar ainda tudo o que me tinha sido dito, ou não.
A última foi uma das mais difíceis, atirou-me para o chão e deixou-me bastante insegura e a duvidar de mim enquanto Mãe. Roubou-me lágrimas e deixou-me o coração tão apertado ( fds [ups] porque raio hei-de eu ser assim, tão sensível??!). Imaginar que os meus acto para com o meu filho (que amo para além da Lua) tivessem nele, consequências tão negativas, estava simplesmente a destruir-me. Em palavras meigas, reforçadas por sorrisinhos, disse-me que a culpa era MINHA! E que por causa de mim, do modo como eu lidava com o meu filho, ele era e iria continuar a ser um menino inseguro, incapaz de participar nas actividades em grupo, que se refugiava para não ser notado, que respondia sempre com um "Eu não consigo!" sempre que lhe era proposta uma nova actividade, que não brincava com os meninos, que não sabia brincar com eles, e pior... que as suas inseguranças iriam ter consequências num futuro próximo, em que supostamente poderia vir a sofrer de bullying [WTF??!] por não se saber defender. Ora bem, eu sei aquilo que sou enquanto Mãe, mas também sei que nem sempre acerto, e que vezes até falho demasiadas vezes. Toda esta história me deixou insegura em relação ao que eu andava a fazer com o meu filho, a protegê-lo demais, a mimá-lo demais, a ceder demais? As duvidas tornaram-se uma constante, aliadas ao sentimento de impotência por saber que o meu filho se sentia tão pouco à vontade perante os outros. É uma sensação horrível, é mesmo! Estar rodeado de pessoas e sentirmos-nos sozinhos. Fiquei triste, muito triste. E desolada por pensar que a culpa realmente poderia ser minha. (leiam o post na íntegra aqui ).

O 3º Periodo foi um novo recomeço, uma nova educadora, uma nova técnica de aprendizagem. Sentia-me ansiosa e nervosa. Ao longo dele, limitei-me a observar, comportamentos, palavras, atitudes. Nada disse. Apenas observei. E notei tantas diferenças. Mas tive tanto medo que apenas eu as visse, que fossem da minha cabeça, que fossem resultado apenas desta ânsia de me libertar desta culpa horrível.

Sentia-o mais livre, mais solto. Sentia que sorria mais vezes. Que falava mais. Quando o ia buscar à escola corria para mim com um sorriso enorme aberto (delícia), sem olhar para trás por cima do ombro. No caminho para casa, ele saltitava e cantava, tínhamos longas conversas sobre o seu dia de escola, finalmente contava-me o que fazia. Sentia-o mais leve, ele e eu. E vê-lo ser tão autêntico naquele local que também é dele, encheu-me o coração.
Em casa, continuava igual a ele mesmo, alegre, refilão, sorriso envergonhado e trapalhão e descarado até mais não, capaz de envergonhar a mãe por uma data de anos (ahah).



Coração ao alto, inspirei e enchi-me de coragem, "Pior não pode ser" , pois não? E lá fui eu de mão dada ao Rei da minha vida, que me dá tanto alento e coragem nas horas mais difíceis. Entrei, com ele sentei-me naquelas cadeirinhas pequeninas, amorosas e super giras. Olhei em volta. Foi ali que neste ano escolar, ele tanto sorriu, brincou e tanto imaginou. A nova educadora sorriu-me e abriu um sorriso enorme para o meu Rei:

"Oh David!! Ai o David! Adoro-o!"

Wooow, começámos bem ♡ ♡ ♡

"O David" continuou "é um menino excepcional! A Mãe acredita que NUNCA o chamei à atenção?! Nunca! Nunca arranjou conflitos com os outros meninos, nunca falou fora da vez dele. O David é um menino que conhece as regras e melhor do que isso, sabe aplicá-las!"
eu devia estar a babar-me literalmente, tal era a ânsia com que lhe bebia cada uma das palavras. O meu Babódromo esatva no topo já:

"O David brinca com os outros meninos, não gera conflitos e quando há algum problema sabe resolvê-lo! O David é muito participativo nas actividades da aula e é bastante conversador, no bom sentido, sabe manter uma conversa!" Ohhhhh eu sei, eu sei. E sei-o tão bem, já o fazemos há tanto tempo, que às vezes até me esqueço o quanto pequenino ele ainda é. O meu companheiro de conversas quase desde sempre [segundo a educadora o Avi classificou-me como sendo a Mãe Papagaio, porque converso muito com ele ♡ ].

"O David é um menino bastante inteligente e aplicado. Quando fazia fichas para os finalistas, tirava sempre uma fotocópia a mais porque já sabia que o David também iria querer fazê-la a par com eles (owwwnnn meu pirralhito de 4 anos). O David é um menino cheio de potencial, educado e muito meigo. É único! Não tenho um defeito a apontar ao David! É uma criança maravilhosa!"

Owwwnnnn, a meu Babómetro rebentou de tanta babadísse. Uma lagrimita tentou saltar para fora (malvada). Sentia-me tão feliz e tão Orgulhosa do meu mini-me, que nem tinha palavras, ou tenho, para o expressar.

Eu sabia-o, sei-o, e sempre soube. O Pequeno Rei é uma criança especial, desde o momento em que apareceu nas nossas vidas. É um menino de uma sensibilidade fantástica aliada a um mau génio aterrador, com uma pontada de "palhacisse" que me enche as medidas. Eu sabia que o David tem, e desde sempre teve, imenso potêncial, é um menino que aprende rápido e que sempre foi sedento de saber, muito curioso e nunca aceitou um "Porque sim" como resposta. Eu sabia que ele não era inseguro, nunca o foi. Ele tem confiança em quem é, no que é e no que faz e eu sei-o tão bem. Mas é maravilhoso quando tudo isto nos é dito e confirmado por outra pessoa, que o observa, que trabalha com ele.

"Sabe Mãe, no meu método de ensino valorizo o ERRO!! O Erro é algo positivo, nunca negativo! As crianças têm de errar é essencial. As crianças não devem aprender respostas automáticas, devem aprende-las errando, para as compreenderem!"

Acho que assim tudo foi dito!!!

Obrigada Educadora Fátima  ♡ ♡ ♡





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