Adoro observar o Pequeno Rei. Adoro conversar com ele e acima de tudo adoro ouvi-lo. É pequenino mas já é cheio de teorias e ideias. Conversar com ele é tão fácil e gratificante. Entende o que lhe digo e melhor do que isso, deixa-me ver aquilo que ele vê, o mundo pelos seus olhos e é simplesmente fascinante. Os seus medos e receios, as suas alegrias, os seus desejos, tudo tem para ele uma explicação e nada é apenas "porque sim!", e sempre que fala e me abre aquele pequeno (enorme) coração.
No meio de uma das nossas conversas, sérias, olha-me com o seu olhar sabichão de menino crescido e sem hesitar perguntou-me:
"Mãe...
Porque é que a vida é tão perigosa??"
Olhei-o, completamente sem palavras. Incrível o poder deste meu Rei que me deixa assim, sem saber o que dizer, sem sequer conseguir pensar. Não consegui arranjar resposta à altura de uma pergunta destas (quem é que disse as perguntas mais difíceis que alguma vez os nossos filhos nos farão serão sobre sexo?!), não consegui sequer raciocinar. Olhei-o apenas, triste perante tanta veracidade, porque não é a vida um pouco menos perigosa, certo? E pior que isso, como pode um Pequeno Rei de 4 anos (quase quase cincooooo), pensar em assuntos como este? Era eu uma miúda de 4, 5, ou até 10 anos, sem me ter apercebido ainda desta realidade.
"Pois é, meu Pequeno Rei, a vida é perigosa, mas devemos viver sem medo! Com cuidado, mas sem medo! O que a vida tem de bom, supera todo o perigo que nela está incluído. Vais ver, vais adorar. Sê sempre feliz, e sorri muitooooo, já sabes, perante um sorriso não há monstro que persista! Love You big Boy!"
E aí por casa?? Quais são as perguntas difíceis??
